segunda-feira, 17 de junho de 2013

Só hoje...



Bom, mexendo nas minhas coisas lá em casa ontem, achei um texto escrito há exatos nove anos. É um daqueles textos que podemos classificar como "atemporal", pois passam-se os anos e ele continua atual, verdadeiro. E gostaria de compartilhá-lo justamente hoje, 17/06/2013, pois ele por si só explica o motivo de minha homenagem no post logo abaixo. Se você já leu este texto, leia novamente, vai valer a pena...

Quebra-cabeça


"Há coisas que nos surpreendem pelo modo como acontecem. Jamais pude imaginar que eu um show de música sertaneja, no meio de milhares de pessoas, depois de ter estado em tantos lugares, eu iria encontrar, ali, escondido entre tantos rostos, o homem da minha vida.

Foi algo inesperado. Dei carona para alguém que, depois de quase três meses, estaria de vez na minha vida.

À primeira vista, chamaram-me a atenção somente para um físico bonito, interessante, que ia e vinha entre a multidão. Mas, naquela mesma noite, algo mudou dentro de mim. Alguma coisa atingiu bem lá no fundo do meu coração e ele, aos poucos, foi despertando.

Os dias foram se passando e eu vi que algo sério estava acontecendo. Aquela 'coisinha' que me acertou profundamente fez um 'estrago' muito maior do que eu havia imaginado.

Eu estava me apaixonando e não sabia. Quando me dei conta de tal fato, procurei esconder; não queria mostrar a ninguém o que já estava praticamente na cara. Guardei só para mim.

Sozinha, comecei a 'mexer meus pauzinhos'. Você, indiferente e na época compromissado, nem me deu bola. Eu, já apaixonada, tentei, aos poucos, expor meus sentimentos.

Foram várias as oportunidades que tivemos de conversar e vi que, na verdade, não era só um corpinho bonito. Era muito mais: tinha o sorriso, a simpatia e tantas outras qualidades que me enfeitiçaram. No ínicio, achei que minhas tímidas investidas não estavam dando resultado. Mais tarde vi que estava enganada.

Numa certa noite de domingo começamos a 'montar' nossa história. Foram as minhas melhores horas diante de um computador. De um lado da tela eu, apaixonada e ansiosa; do outro lado, você, brincalhão e maravilhoso, que tirou meu sono e meu esperanças. Nesta mesma noite, juntos, montamos um quebra-cabeça.

Não foi preciso mais do que vinte quatro horas para nossos lábios se tocarem pela primeira vez. foi apenas um beijo, tímido, rápido, escondido, mas um beijo que marcou duas vidas: a minha e a sua.

Depois de muitos medos, desencontros, incertezas, fofocas e alguns meses, juntamos todas as peças e nos tornamos namorados. Tive medo de me envolver, de tomar a decisão errada, de não dar certo e me machucar, de sofrer... Mas eu estava errada. E vi que demorei muito para deixar que a felicidade entrasse na minha vida: VOCÊ!

Hoje, passado dois anos do dia em que o amor tocou os meus lábios através dos seus, depois de muitas indas e vindas, algumas brigas e muitos momentos encantadores, sei que meu amor não é o mesmo. Cresceu e continua crescendo a cada suspiro do meu dia.

Hoje minha vida só tem sentido porque você faz parte dela. É maravilhoso poder acordar depois de sonhar com você e saber que naquele dia eu vou poder te ver, te abraçar...

São dois anos de muita magia. Sempre sonhei com um príncipe encantado e vocês está tornando meus dias mais mágicos que um conto de fadas. Sinto-me muito feliz ao seu lado e tento retribuir essa felicidade, o carinho e a atenção. às vezes erro na dose e te sufoco, eu sei, mas é porque eu tenho muito amor por você e só quero o seu bem.

Sei também que em algumas vezes não fui muito correta com você, te magoei, te chateei e disse ou fiz coisas que não foram muito legais. Bem, sei que isso já é passado, mas não me custa nada lhe dizer mais uma vez: me desculpe. Por tudo o que eu já tenha feito que não te agradou.

A partir do momento em que te dei a chave do meu coração, me comprometi a te fazer feliz e é isso que busco diariamente:  a nossa felicidade.

Amor da minha vida, te agradeço por ter estado ao meu lado nestes dois anos, me dando força e carinho. Obrigado por ter me escolhido como sua namorada e, principalmente, obrigado por me amar.

Tenho certeza que o nosso amor só tem a fortalecer daqui para frente, desde que não deixemos ninguém de fora atrapalhar nossa felicidade. Só depende de nós para dar certo. E se for da vontade de Deus, vou te fazer feliz eternamente."

"I hope you don't mind
That I put down in words
How wonderful life is
While you're in the world."
                            Música Your song - Elton John

Tradução: Eu espero que não se importe que eu tenha colocado em palavras o quão maravilhosa é a vida enquanto você está nela.








sexta-feira, 14 de junho de 2013

E hoje eu sei...



Hoje não vou me importar com o que vão dizer ou o que vão pensar...
Podem me julgar que eu não ligo. Hoje não.
Porque hoje tá doente e não é pouco não. Ainda não aprendi a isolar esse sentimento.
O pior da verdade é que eu não quero, não mesmo...

E completamente sem inspiração, ou com inspiração demais, hoje eu vou simplesmente postar um texto que hoje fez muito sentido para mim. Ele conseguiu traduzir todo o meu sentimento no dia de hoje. Se fosse para eu escrever hoje acho que não sairia boa coisa...

Depois de ver coisas que eu não queria ver, perceber coisas que eu não queria perceber (redes sociais são uma merda!), hoje eu acho que os verbos que me traduzem são os do passados... eu fui, eu era... Mas vendo o que eu vi, hoje eu não sou mais...

E com isso, hoje eu sei qual é a dor que dói mais...


A DOR QUE DÓI MAIS
Martha Medeiros

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.


Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.


Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.


Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido às aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando.


Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.


Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.



*Nem Verissimo, nem Jabor, muito menos Miguel Falabella. A autora do texto sensacional acima é a escritora gaúcha Martha Medeiros. Foi publicada originalmente no dia 20 de Julho de 1998 na coluna que ela mantinha no site “Almas Gêmeas”. Posteriormente alguém acrescentou alguns itens ao final do texto e creditou-o ao Falabella. Daí a virar Verissimo e Jabor foi um passo. Aliás, é só um texto dar uma voltinha pela net que já vira Verissimo e Jabor quase que automaticamente. Incrível. Como quase todos os textos surrupiados, este também foi mutilado e distorcido, tendo mais de uma versão em circulação (o que me leva a crer que nem tudo acontece tão “sem querer” quanto a gente prefere acreditar). Acima, vocês leram o texto original, assinada pela autora no Almas Gêmeas (http://autordesconhecido.com.br/?p=29)